4 frases de artistas de hip hop para te inspirar a trabalhar com o que você ama

4 frases de artistas de hip hop para te inspirar a trabalhar com o que você ama - Jay Z, Nicki Minaj, Beyoncé, Kanye West

O mundo do hip hop está repleto de artistas que são exemplos de superação, sucesso e paixão pelo que fazem. A maior parte deles possui um passado de história difícil, dificuldades financeiras, sofrimento e opressão pelo racismo, machismo e preconceitos; mas com a paixão pela música e muito esforço e talento, conseguiram chegar ao topo do mundo, e hoje são bem sucedidos homens e mulheres de negócios também.

Confira frases já ditas em entrevistas pelos 4 artistas mais relevantes que demonstram por que é tão importante apostar no que se ama e levar seus propósitos a sério:

– Sobre compartilhar suas paixões com o mundo

Eu penso que é dever de todo ser humano inspirar os outros, alimentar os sentidos dos outros. Inspiração gera inspiração vezes infinito. Imagine se a pessoa que se inspirou a criar o fonógrafo não compartilhasse isso com o mundo.” (Jay-Z)

– Sobre entregar o máximo de qualidade em cada mínimo detalhe

“(O processo de criação) É sempre tão pessoal para mim. Estou sempre pensando: como posso me pressionar dessa vez? Como posso conseguir uma reação com esse verso particular? Como posso dizer esse verso de forma super rápida e mesmo assim conseguir que todo mundo entenda as palavras que estou dizendo?” (Nicki Minaj)

– Sobre respeitar as suas paixões e convicções

Meu foco é minha arte, e é isso que eu amo fazer. Tenho que estar realmente apaixonada para conseguir fazer alguma coisa. Eu já recusei várias coisas nas quais eu simplesmente não acreditava.” (Beyoncé)

 

– Sobre apreciar o processo, e não só os resultados

A fruição é o maior prêmio e/ou a maior recompensa de um artista.” (Kanye West)


Não se esqueça de citar o autor ou intérprete da canção escolhida ou o autor do texto encontrado aqui se for citá-los em seus trabalhos escolares, artigos, pesquisas ou qualquer produção escrita em que o nome das músicas for citada! Dê os devidos créditos aos criadores das obras.  🙂

Quer ver seu artigo publicado no Need a Song?

Para você que gosta de escrever e gosta de música: já escreveu ou gostaria de escrever algo sobre a relação entre alguma música e algum assunto interessante?

Alguma vez alguma letra de música já te despertou a atenção por ter algo a ver com uma questão histórica, ou sentimental, ou relacionada a alguma ciência ou algum fato?

O que você já aprendeu ouvindo música?

Envie seu texto para needasongbrasil@gmail.com. Ele pode ser publicado aqui no nosso site.  🙂



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Vocalista da banda Years & Years fala sobre o uso de pronomes como indicativo de orientação sexual

O cantor Olly Alexander, vocalista do Years & Years, expressou sua opinião sobre artistas gays que não usam pronomes masculinos em suas letras. Para ele, é “triste” que ainda exista um impedimento nesse sentido. Durante uma entrevista ao DigitalSpy, Alexander disse que ainda há um caminho a ser percorrido quando se fala de artistas gays na indústria da música. “Foi importante para mim usar pronomes masculinos em algumas músicas, como ‘Real’ e ‘Memo’. É triste ver que não temos muitos artistas pops gays compondo músicas sobre homens, mas acredito que isso possa mudar”, disse. “Há muitos motivos para um artistas ser bem sucedido e acho que o que as pessoas amam em Sam Smith é que ele pareceu vir de um lugar autêntico”, continuou. “Mas acho que ainda existe um caminho a ser percorrido. Gostaria de ouvir um artista homossexual expressar sua sexualidade de forma mais aberta”.

Fonte: Mixme



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O discurso feminista nos estilos rock, MPB e funk

Fragmentos do artigo O discurso feminista nos estilos rock, MPB e funk, de Rosana Monti Henkin e Marlon Leal Rodrigues, publicado na web revista Página de Debate: linguística e linguagem; edição n. 23; 2014.

Artigo completo:  http://www.linguisticaelinguagem.cepad.net.br/atual/Arquivos/henkin.pdf

Discurso feminista no estilo Rock

A artista de rock Rita Lee, autora da canção
A artista de rock Rita Lee, autora da canção “Cor de rosa choque”

Neste estilo, observa-se que o discurso feminista aparece de forma irreverente em diferentes sentidos, afirmando a força das mulheres, declarando a flexibilidade, a capacidade de resistência das mulheres, denunciando a necessidade de dissimulação que a ideologia machista impõe.

(1) Nas duas faces de Eva / A bela e a fera / Um certo sorriso / De quem nada quer…

(2) Sexo frágil / Não foge à luta / (3) E nem só de cama / Vive a mulher…

(3) Por isso não provoque / É Cor de Rosa Choque

(4) Mulher é bicho esquisito / Todo o mês sangra

(5) Gata borralheira / Você é princesa / Dondoca é uma espécie / Em extinção…

Flexibilidade – No enunciado (1)  o discurso identifica flexibilidade que as mulheres sempre precisaram exercitar para sobreviver à limitação que a sociedade machista impõe, oferecendo apenas duas opções, as quais não consideram toda a diversidade das mulheres enquanto seres humanos. As mulheres precisam se equilibrar entre essas opções.

A bela não significa apenas beleza plástica, mas a mulher comportada, que cumpre a função de gênero, a mulher que aceita o molde definido pela sociedade sem questionar, a mulher que cumpre a função social da reprodução do sistema no âmbito privado.

A fera representa aquela mulher que é feia perante os olhares machistas. É a mulher que não seria boa esposa, pois foge dos padrões comportamentais das mulheres, não aceita a dominação machista, não aceita viver em função das regras e das necessidades dos homens.

Ao mesmo tempo, o exercício de ser bela ou fera muitas vezes exige uma certa dissimulação, um indício de que está tudo como deveria ser, uma aparência de resignação frente à essa situação que não deve ser questionada.

Força – O enunciado (2) demonstra mais uma desconstrução das idéias machistas. O sexo feminino é considerado frágil para justificar a dominação e a exploração masculina, porém a maioria das mulheres cumpre uma tripla jornada de trabalho, dividida entre a produção e a reprodução da força de trabalho. Além das funções domésticas, as mulheres precisam tratar da sua sobrevivência, da sua realização profissional, e conciliar tudo isso com as necessidades da família.

Ruptura com o Patriarcado – O enunciado (3) revela a magnitude do feminismo enquanto movimento de resistência das mulheres. Culturalmente cor de rosa é a cor das mulheres, que significa a beleza, do romantismo, do amor terno e carinhoso, porém potencializado ao rosa choque simboliza respeito, dignidade, devoção, piedade, sinceridade, sensualidade, transformação.

A indignação das mulheres frente à dominação machista provocou uma transformação nas relações. Esse discurso declara que nem todas as mulheres são suaves, que a delicadeza depende da qualidade dos relacionamentos e que as mulheres reagem diante da opressão masculina exigindo respeito.

O enunciado (4) apresenta uma face que por milênios ficou escondida, um tema que rompe com o discurso machista da negação da sexualidade das mulheres. Uma das formas da dominação machista se dá por meio do controle da sexualidade das mulheres. O sexo das mulheres foi feito para a reprodução, e deve ser escondido, pois seu corpo pertence ao seu homem(marido, pai, provedor, protetor). Declarando que as mulheres menstruam, a sexualidade das mulheres deixa de ser um assunto privado. As mulheres passam a ser sujeitas de direitos sexuais.

Autonomia das Mulheres – No enunciado (5) vem à tona a exploração de classes que reforça a exploração machista. Mulheres burguesas exploram mulheres das classes pobres. Porém as políticas públicas implantadas nos últimos 30 anos incentivam a criação de mecanismos para a autonomia das mulheres, seja por meio e capacitação profissional, seja pela colocação no mercado de trabalho. Além disso, existe a proposta de economistas feministas que apresentam a economia solidária como alternativa para a superação da exploração capitalista.

O Discurso Feminista no Estilo MPB

No estilo MPB o discurso feminista revela-se afirmando o quanto as máximas que sustentam a ideologia machista são nocivas às mulheres.

(6) Não me venha falar / Na malícia de toda mulher / Cada um sabe a dor / E a delícia / De ser que é…

(7) Não me olhe / Como se a polícia / Andasse atrás de mim

(8) Você sabe explicar / Você sabe / Entender tudo bem / Você está / Você é / Você faz / Você quer / Você tem…

(9) Você diz a verdade / A verdade é o seu dom / De iludir / Como pode querer / Que a mulher / Vá viver sem mentir..

A Opressão das Mulheres – O enunciado (6) traz o discurso das artimanhas que supostamente as mulheres lançam mão para conseguir o que querem. Durante muito tempo as mulheres precisaram dissimular seus sentimentos e pensamentos para serem aceitas, por mais doloroso que fosse esse processo, uma vez que nas relações patriarcais a função das mulheres é servir aos homens.

O (7) traz o discurso da reprovação das manifestações femininas. Quando as mulheres rompem com as regras abandonando a obediência e a submissão, colocando-se como sujeitas de direitos, subvertem a ordem vigente e historicamente foram penalizadas por isso. São exemplos o episódio da caça às bruxas, na Idade Média, ou da condenação à morte de Olympe de Gouges, líder da Revolução Francesa, ao escrever a “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”.

O sentido de (8) é que a crença na superioridade masculina impediu o protagonismo das mulheres, pois historicamente os homens ocuparam os espaços do saber científico, da política, da economia, ficando a mulheres sempre em segundo plano. Enquanto chefes e provedores da família, os homens tomavam as decisões, apoiados na suposta predisposição dos homens para a razão e das mulheres para a emoção. As conquistas do movimento feminista promoveram uma transformação na correlação de forças, modificando leis e abrindo espaço para a autonomia das mulheres.

No (9) o discurso feminista aparece questionando a autoridade masculina em definir o que é verdadeiro ou falso, o que mentira e verdade. Como os homens estão sempre com a razão, as declarações das mulheres são necessariamente mentirosas. O enunciador assume uma posição discursiva na medida em que deixa claro quem fala a verdade e quem mente. Por outro lado, percebe-se a crítica dessa mesma posição, colocando como ilusão a afirmação de que os homens sabem mais que as mulheres e por isso são donos da verdade e por isso exercem a sua autoridade.

O discurso Feminista no Estilo Funk

A artista de funk Tati Quebra Barraco
A artista de funk Tati Quebra Barraco, autora da canção “Boladona”

No estilo Funk o discurso feminista é confirmado por meio da prática do protagonismo, seja em relação às conquistas amorosas, à posturas sociais, à sexualidade.

(10) Na madruga boladona, sentada na esquina./ Esperando tu passar / altas horas da matina

(11) Com o esquema todo armado, esperando tu chegar pra balançar o seu coreto / pra você de mim lembrar

(12) Sou cachorra sou gatinha não adianta se esquivar / vou soltar a minha fera eu boto o bicho pra pegar

Protagonismo Feminino – Em (10) o sentido é da mulher independente, que vivencia as conquistas do movimento feminista. É aquela que toma atitudes, que exerce a sua sexualidade livremente e se impõe diante da sociedade. Sua inquietação não fica em segredo, mas manifesta na hora que bem entende.

Em (11) o discurso é da mulher que toma iniciativa quando está interessada num homem. Não espera ser conquistada, nem usa subterfúgios para seduzir.

Em (12) aparece o discurso da mulher bem resolvida, com auto estima elevada, que sabe de suas qualidades e não precisa esconde-las. Realiza uma relação de igualdade com o homem. Afirma sua sensualidade e sua sexualidade livremente.

Considerações Finais

A partir das análises feitas, foi possível constatar que nos diferentes discursos contidos nos estilos musicais apresentados, o discurso feminista aparece como afirmação da igualdade entre homens e mulheres, como crítica ao pensamento machista e como confirmação de um novo posicionamento das mulheres em sua relações com os homens, com os espaços de produção e reprodução do sistema, com os espaços de poder.

Nos discursos musicais analisados aparecem as mulheres que exercem seus direitos e que rejeitam a dominação sexista, mostrando a sua força e o seu protagonismo. Caem as máscaras que historicamente justificaram a dominação masculina, declarando mulheres conscientes dos mecanismos de dominação aos quais sempre foram subjugadas e dos quais se libertam. São mulheres que exercem sua sexualidade enquanto direito, que não se colocam como a parte frágil da relação porque se reconhecem protagonistas da e na história.

O feminismo, como acontecimento, destaca mulheres que conquistaram seu lugar no mercado de trabalho, em que pese a dominação/exploração capitalista, que disputam, mesmo que não em condição de igualdade, os espaços de poder, destacando fatos discursivos que revelam uma nova chave histórica, rompendo com a concepção de naturalidade da desigualdade entre homens e mulheres.

Autoria: Rosana Monti Henkin e Marlon Leal Rodrigues


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Arcadismo

Pintura: O Balanço, de Nicolas Lancret (da década de 1730)
“O Balanço”, obra de Nicolas Lancret

O Arcadismo foi um movimento literário que teve lugar no Brasil durante a segunda metade do século XVIII e teve como principais características o bucolismo, o pastoralismo, o nativismo, a exaltação da pureza, da simplicidade, humildade e amor à natureza.

A obra poética “Marília de Dirceu”, de Tomás Antônio Gonzaga, é uma das principais representantes da literatura arcadista.

Musicalmente, o Brasil àquela época produzia música erudita, com destaque para as composições de Manoel Dias de Oliveira.

Porém, mesmo hoje há diversas músicas que possuem viés bastante semelhante às produções literárias do período arcadista, enfatizando a preferência pela vida no campo, a valorização da natureza, a simplicidade e a relação entre os elementos da natureza e a pureza de sentimentos.

Percebem-se vários desses elementos nas canções da dupla Victor e Leo, que curiosamente é oriunda de Minas Gerais, Estado expoente do Arcadismo. Ademais, a dupla compõe canções no gênero sertanejo, que é um gênero oriundo do campo.

A música “Nada normal”, da dupla Victor e Leo, possui vários elementos marcantes do período arcadista, como as referências à natureza (“Um céu pra se olhar”) e à pureza do amor vivido no campo.

Vejamos exemplos de canções que contêm elementos típicos do período arcadista:

* Elis Regina – Casa no campo

* Victor e Leo – Deus e eu no sertão

* Victor e Leo – Nada normal

* Victor e Leo – Vida boa

* Victor e Leo – Sem trânsito, sem avião

* Victor e Leo – Estrada vermelha

* Sá e Guarabira – Sobradinho

* Pena Branca e Xavantinho – Vida no campo

* Jorge e Mateus – Mastigando água

* Chitãozinho e Xororó – Luar do sertão

A música “Sem trânsito, sem avião” da dupla Victor e Leo é a própria representação do lema “fugere urbem”, expressão em latim que significa “fugir da cidade” e era bastante usada pelos arcadistas para simbolizar o escritor que foge do agito urbano para se refugiar na calmaria do campo.


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