Estado, poder, teorias contratualistas

Kid Abelha, Pitty, Criolo, Poder, Estado, Hobbes, Rousseau
Você acha que não dá pra estudar História, Filosofia e Teoria Geral do Estado com música?

A banda Kid Abelha na música “De quem é o poder?” (do álbum “Kid”, de 1989) questiona a origem do poder, da subjugação e da ideia de que existam pessoas para mandar e pessoas para obedecer.

“De quem é o poder?
Quem manda na minha vida?
(…) 
Uns dizem que ele é de Deus
Outros, do guarda da esquina
Uns dizem que é do presidente
E outros, quem vem mais de cima
De quem é?
De quem é?
Quem inventou essa tara?
Uns dizem que ele é do povo
E saem pra trabalhar
Outros, que é dos muito loucos,
Que não têm contas a prestar
(…)
Às vezes você me domina
Dizendo que eu sou teu dono
Às vezes você me dá nojo
Seguindo feliz o rebanho
Onde vai dar tudo isso?
Prender alguém ou ser preso?
Quem é o mais infeliz?
Eu, dando ordem o dia inteiro?
E você, que nem sabe o que diz?
(…)”

Politicamente, o poder é do Estado.

Estado, segundo Dalmo de Abreu Dallari, é ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território.

A teoria geral do Estado explica que todo Estado (país, unidade federativa, ou qualquer outra forma de Estado) é formado por três elementos: povo, território e poder.

Entre as teorias que buscam explicar a origem do Estado está a teoria contratualista, segundo a qual o Estado surgiu de um acordo firmado entre os indivíduos em algum momento da história.

Destacam-se as correntes de pensamento de dois filósofos e Estadistas: o inglês Thomas Hobbes e o suíço Jean Jacques Rousseau.

Hobbes, autor da famosa obra “Leviatã”, pensava que o Estado surgiu como uma necessidade de o homem se proteger do próprio homem e que seria preciso que todos pactuassem uma ordem maior à qual devessem obedecer, para frear seus instintos de destruírem-se uns aos outros. A famosa frase “O homem é o lobo do homem” sintetiza a ideia de que o estado natural do homem é bélico, agressivo, como se vê na letra da música “O lobo”, da cantora Pitty:

“Houve um tempo em que os homens 
Em suas tribos eram iguais
Veio a fome e então a guerra
Pra alimentá-los como animais
Não houve tempo em que o homem
Por sobre a Terra viveu em paz
Desde sempre tudo é motivo
Pra jorrar sangue cada vez mais
O homem é o lobo do homem, o lobo…”

Embora Rousseau também fosse adepto da teoria de que o Estado surge de um “contrato social” (aliás, é esse o nome de sua mais famosa obra), ele partia de uma premissa diferente: acreditava que o homem nasce bom, mas que a sociedade o corrompe. Assim, o poder é depositado na mão de um governante que representa o povo para que esse indivíduo faça uso dele com justiça em prol de todos.

Essa ideia de que o homem está suscetível à corrupção oferecida pelos estímulos externos é também mostrada na música “É o teste”, do rapper Criolo:

“É o teste, é o teste, é a febre, é a glória
Não se corromper pra nóis já é vitória”

Na mesma letra, porém, também vemos um pouco da questão da “guerra de todos contra todos”:

“Há todo momento provar que sou tranquilo,
Não ando com um cano, pra que tenho os conhecidos?”

E o que você acha? O homem nasce bom e é corrompido depois pela sociedade? Ou o homem nasce com instinto de preservar a si próprio, podendo até destruir o seu próximo se for preciso? Qual é a essência do homem? O que realmente originou a necessidade da criação de uma ordem jurídico-política superior e que todos devem obedecer?

Você conhece outras músicas que sugiram reflexões sobre esses temas?


Não se esqueça de citar o autor ou intérprete da canção escolhida ou o autor do texto encontrado aqui se for citá-los em seus trabalhos escolares, artigos, pesquisas ou qualquer produção escrita em que o nome das músicas for citada! Dê os devidos créditos aos criadores das obras.  🙂

Músicas sobre angústia

“Não sei mais
Sinto que é como sonhar
Que o esforço pra lembrar
É a vontade de esquecer
E isso por quê?”

(“O vento”, Los Hermanos)

Algumas músicas sobre angústia e sensação de vazio:

* Los Hermanos – O vento

* Secos & Molhados – Angústia

* Ira – Eu quero sempre mais (part. esp. Pitty)

* Fresno – Milonga

* Legião Urbana – A Via Láctea

* Legião Urbana – Índios

* Legião Urbana – Há tempos

* Tiê – Urso

* Capital Inicial – Coração vazio

* Marya Bravo – Vazio

* Simon & Garfunkel – The sound of silence


Não se esqueça de citar o autor ou intérprete da canção escolhida ou o autor do texto encontrado aqui se for citá-los em seus trabalhos escolares, artigos, pesquisas ou qualquer produção escrita em que o nome das músicas for citada! Dê os devidos créditos aos criadores das obras.  🙂